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Informações do livro
Título: "Nós"
Autor(a): David Nicholls
Editora: Intrínseca
Gênero: Romance
Resenhado por Carol Piazarolli.
Sinopse: Certa noite, Douglas Petersen, um bioquímico de 54 anos apaixonado pela profissão, por organização e limpeza, é acordado por Connie, sua esposa há 25 anos, e ela lhe diz que quer o divórcio. O momento não poderia ser pior. Com o objetivo de estimular os talentos artísticos do filho, Albie, que acabou de entrar para a faculdade de fotografia, Connie planejou uma viagem de um mês pela Europa, uma chance de conhecerem em família as grandes obras de arte do continente. Ela imagina se não seria o caso de desistirem da viagem. Douglas, porém, está secretamente convencido de que as férias vão reacender o romance no casamento e, quem sabe, também fortalecer os laços entre ele e o filho. Com uma narrativa que intercala a odisseia da família pela Europa — das ruas de Amsterdã aos famosos museus de Paris, dos cafés de Veneza às praias da Barcelona — com flashbacks que revelam como Douglas e Connie se conheceram, se apaixonaram, superaram as dificuldades e, enfim, iniciaram a queda rumo ao fim do casamento, Nós é, acima de tudo, uma irresistível reflexão sobre a meia-idade, a criação dos filhos e sobre como sanar os danos que o tempo provoca nos relacionamentos. Sensível e divertido, com a sagacidade e a inteligência dos outros livros do autor, o romance analisa a intrincada relação entre razão e emoção.
Não sei como e nem por onde
começar a escrever sobre esse livro. Quem já leu David Nicholls sabe da enorme
carga emocional que os livros dele trazem, e que os dilemas e reflexões dos
personagens parecem sair do papel para te dar um belo tapa na cara. Depois de ler
“Um Dia”, fiquei pensando sobre a história durante vários meses, e confesso que
até hoje penso em Dexter e Emma, em seu romance bem longe de ser convencional e
nem um pouco típico de ser contado em histórias de ficção. Contei os dias para
o lançamento de “Nós”, mas quando comprei, fiquei atrasando a leitura, acho que
com medo do que o autor ia me fazer sentir dessa vez, e também por que não
queria que o livro acabasse.
O livro é narrado por Douglas
Petersen, que conta basicamente a história de seu relacionamento com Connie. O
estilo de narrativa é aquele que começa do fim e volta ao início para contar
como se conheceram, como se casaram e como chegaram aonde estão. Logo no
primeiro capítulo, Connie anuncia que quer a separação e o fim do casamento,
sem um motivo aparente. Douglas fica surpreso e arrasado, e não sabe exatamente
como lidar com a situação. Para completar, o único filho do casal, Albie, está
indo para a faculdade, e a família havia planejado um tour pela Europa para
comemorar essa nova etapa. Com as passagens compradas e tudo planejado, eles
decidem ir, e Douglas espera que essa seja uma oportunidade para salvar seu
casamento e recuperar a mulher que ama.
O enredo é intercalado por
capítulos que se passam no presente, narrando a viagem, e por capítulos que
narram o passado do casal desde o início do relacionamento. Douglas é bioquímico,
e Connie é formada em arte. São opostos, mas mesmo assim se apaixonaram de
forma simples e espontânea, de um jeito que parece muito improvável mas ao
mesmo tempo muito real e concreto. Mas o que percebi é que com o passar do
tempo, as diferenças entre eles ficaram mais evidentes, e enquanto Douglas
passa a amar essas características diferentes da esposa cada vez mais, Connie se
afasta e se fecha, sem saber o que fazer.
O protagonista não é nem de longe
cativante, atraente e envolvente. Mas mesmo assim, gostei muito dele. Douglas
tem uma forma peculiar de ver o mundo, de maneira prática, otimista e irônica,
o que deixou a história muito mais divertida de se ler. É inevitável compará-lo
com Dexter e confirmar que os dois não poderiam ser mais diferentes e que tem
muito a aprender um com o outro. Já Connie é uma mulher independente e
sensível, que demonstra paixão por tudo o que acredita. Ela me incomodou
algumas vezes, principalmente por afastar Douglas e não apoiá-lo como acho que
deveria, mas as atitudes dela se tornaram compreensíveis, e tive que aceitar
também que os personagens cometem erros, às vezes enormes.
A capacidade e sensibilidade do
autor para retratar uma situação tão típica, tornam o livro único. O mais
incrível de ler essa história é que ela é engraçada e melancólica, triste e
feliz, maravilhosa e extremamente simples ao mesmo tempo. Recomendo muitíssimo
a leitura, de qualquer obra de David Nicholls, pois tenho certeza de que todos
vão se apaixonar de alguma forma.
xoxo
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