Classificação
Informações do livro
Título: Histórias de duas cidades
Subtitulo: O melhor e o pior da Nova York de hoje
Autor/a: Vários Autores
Editora: Bertrand Brasil (Grupo Record)
Gênero: Contos e Crônicas
Livro enviado para resenha em parceria editora Record
Sinopse: Uma poderosa coletânea de textos sobre as idiossincrasias da vida na maior cidade do mundo. Como se sentem, diante do abismo de riqueza presente nas grandes metrópoles, as pessoas que vivem e trabalham em Nova York? Histórias de Duas Cidades mistura ficção e reportagem para transmitir a discrepância entre o conforto de uns e as agruras de outros. Das vidas subterrâneas de pessoas sem teto às travessuras de um grupo de alienados no turno da noite de um centro de abastecimento, os textos aqui se concentram na dimensão humana da penúria e da prodigalidade que coexistem na mesma cidade. Em sua campanha eleitoral, o prefeito Bill de Blasio usou frequentemente a expressão “histórias de duas cidades” para se referir ao que é a vida em Nova York hoje em dia. Esta antologia dá vida ao significado dessas palavras, nas ruas e edifícios da metrópole.
"Histórias de Duas Cidades" é uma coletânea de diversos contos em forma de crônicas e
reportagens sobre a cidade de Nova York. O prefácio e a organização são de John
Freeman. Já na introdução, podemos ter uma ideia do como é realmente a cidade,
com seus arranha-céus contrastando com a pobreza e miséria que se escondem
pelos túneis e becos entranhados nas mais famosas ruas do mundo. O título já resume
a essência da cidade, que assiste a desigualdade crescer todos os dias, assim
como as grandes metrópoles de todo o mundo.
Quando se fala
em Nova York, é impossível não pensar na Times Square, no Central Park, nas
lindas ruas do Upper East Side. Quem vê de fora, não pensa que existem muito
mais pessoas que vivem do lado oposto da riqueza imponente que a cidade exala,
do que realmente pessoas que vivem o glamour dos filmes.
O mais interessante
da coletânea é o que não dá para saber se aquela história tem realmente fatos
reais ou não, se aquele autor está falando sobre a própria vida ou sobre a vida
de alguém que ele conhece. O fato é que as histórias têm um teor extremamente sociológico,
no qual os autores não têm medo de colocar o dedo na ferida e escancarar os
problemas econômicos e sociais da cidade mais superestimada do globo.
É difícil escolher
meus contos preferidos, já que todos têm muitos fatos que me chamaram a
atenção. Porém, na minha opinião, um dos que mais souberam tratar a cidade de forma
mais honesta e convincente foi o autor Garnette Cadogan, na crônica “Rumando
para o Norte”. Ele relata sua chegada à Nova York, com a empolgação clichê de
excursionar pela cidade e conhecer todos os cantos. Ele percebeu quase instantaneamente
a gritante desigualdade que muitas vezes estampa o mesmo quarteirão. O mais
estranho, segundo ele, é que em Park Avenue, por exemplo, a sensação é de que
nada na cidade está fora do lugar. Tudo parece limpo e em uma perfeita ordem
interminável.
Outro autor
que retratou uma história interessante foi o indiano Akhil Sharma, que imigrou
para os EUA quando tinha sete anos. Ele se mudou para o Queens, em nova York.
Ele conta que nunca se sentiu pobre, apesar de estudar em escola pública, e
depender do café da manhã grátis que a instituição oferecia. Para ele, ser
pobre na américa era muito melhor do que ser rico na Índia. Ele faz uma
comparação interessante: “É melhor ter um pedaço pequeno de uma torta grande do
que ter um pedaço grande de uma partícula”. Akhil cursa Princeton e mesmo tendo
um excelente emprego, não consegue abandonar o hábito de nunca gastar dinheiro.
Ele acaba largando o cargo de gerente de investimentos para se arriscar como
escritor. Não conhecia o autor, mas procurarei saber mais sobre ele.
Gosto muito de
livros nesse estilo, já que é uma ótima oportunidade de conhecer autores novos.
Nesse caso, não conhecia nenhum desses, mas gostei muito da experiência de
saber um pouco sobre a vida de cada um deles, mesmo daqueles que não revelaram muito.
Outro ponto
interessante são as ilustrações de Molly Crabapple, que tem trabalhos
publicados no New York Times e no The Guardian. Não preciso falar mais nada,
mas suas ilustrações são honestas, cheias de simbolismos e simplesmente
deslumbrantes, o que tornam esse livro ainda mais especial Gostaria de falar
mais sobre as crônicas, mas quero que descubram por si mesmos, já que vale
muito a pena.
xoxo
Nenhum comentário
Postar um comentário
Olá amigos obrigada pela visita!
Livros, a Janela da Imaginação!